estabilização de barragem
Belgo Arames
Publicado por: Belgo Arames
Conheça as técnicas de estabilização de taludes

As técnicas de estabilização de taludes são fundamentais na construção civil para proteção de áreas que estão sujeitas à erosão hídrica e situações cujas condições de contorno são geotecnicamente desfavoráveis. Mas, afinal, quais são essas técnicas? Como podem ser classificadas? Quando devem ser aplicadas?

Para nos aprofundarmos no tema, conversamos com Emerson José Ananias, que é Engenheiro Civil e Gerente GeoTech na Belgo Arames Arames — líder no mercado brasileiro de fabricação de arames. Acompanhe o conteúdo e saiba mais!

Quais são as diferentes técnicas de estabilização de taludes?

De acordo com o especialista, as principais técnicas de estabilização de taludes podem ser agrupadas em duas categorias. Falaremos sobre cada uma delas a seguir.

Soluções sem contenção

As soluções sem contenção são divididas em:

  • remoção de blocos e direcionamento de blocos: comuns em formações com presença de blocos de rocha onde há desmontes;
  • retaludamento: usado tanto para corte quanto em aterro;
  • proteção superficial: feita com materiais naturais ou artificiais (gramas, drenagem superficial, concreto projetado, biomantas, telas etc.);
  • malha talude: proteção superficial para rochas.

Em relação à remoção e ao direcionamento de blocos, Emerson comenta que a técnica é especialmente útil para encostas ou cortes onde há rochas fraturadas, com blocos de rochas no meio, pedaços ou fragmentos de rocha. Caso esses elementos tenham trincas, podem se soltar ao longo do tempo e prejudicar o restante da estrutura. Portanto, é preciso retirá-los para evitar tais problemas. Em função da dimensão destes blocos, nas situações mais críticas, um desmonte técnico destes blocos pode ser necessário, sendo uma operação dispendiosa e cercada de cuidados.

Em encostas rochosas ou de solos com presença de blocos rochosos, não existindo evidências de elementos nitidamente soltos, pode-se empregar entelamento da superfície. Este entelamento pode ter função de, num eventual desprendimento de blocos, conduzir de forma segura as pedras do ponto mais alto para o pé da encosta. Mas, também, o entelamento, associado ao emprego de grampos metálicos, pode promover uma estabilização flexível da encosta, evitando que blocos rochosos se desprendam da superfície.

No que diz respeito ao retaludamento, o Engenheiro explica que o processo consiste em um processo de terraplanagem, sendo realizado por meio de cortes e/ou aterros sobre o talude já existente, a fim de gerar um ganho de estabilidade. Contudo, em algumas situações, caso não sejam utilizadas soluções de proteção superficial, é possível notar a abertura de pequenos buracos, mais conhecidos como ravinas, devido aos fluxos de água gerados pela chuva, e que podem evoluir para erosões e problemas mais sérios. Por isso, não é recomendado que o talude fique com o solo exposto. Ele deve contar, ao menos, com proteções superficiais, como a vegetação.

Soluções de estabilização

As soluções de estabilização, por sua vez, são classificadas conforme o local em que se encontra o talude. Nas áreas de corte e encostas, as alternativas mais comuns são:

  • solo grampeado — concreto ou face vegetada;
  • cortinas atirantadas;
  • estabilização de encosta rochosa — malha talude com grampeado para face fraturada;
  • gabião ancorado — Gabianco;
  • estaca prancha ou estacas justapostas;
  • gabião e muros a gravidade.

Para as áreas de aterro, são utilizados com maior frequência:

Conheça os sistemas de proteção contra desprendimentos e quedas de rochas em obras
  • gabião e muros a gravidade (ciclópico);
  • solo reforçado — LandPro e geogrelhas;
  • muros à flexão de concreto armado;
  • taludes reforçados com geossintéticos.

Como escolher a melhor técnica de estabilização de taludes?

Emerson frisa que, independentemente das categorias listadas, todas as soluções consistem em técnicas de estabilização de taludes — o que muda é a aplicabilidade de cada uma delas. Em suma, a metodologia é escolhida de acordo com o solo, condições geológicas e geotécnicas, presença de água, tempo necessário de intervenção, acesso, disponibilidade de materiais e, principalmente, com a avaliação correta de profissional geotécnico responsável pela obra.

É oportuno ressaltar que qualquer obra deve contar com uma sondagem prévia, a fim de mapear as características do solo, e um projeto geológico-geotécnico, que servirá para estabelecer técnicas de intervenção, verificações de estabilidade, quantidades e dimensões dos elementos do projeto.

Geralmente, cabe ao Engenheiro Civil Geotécnico a realização dessas tarefas. Com isso, ele poderá identificar se, de fato, haverá a necessidade de alguma intervenção no local.

Sendo verificada tal demanda, é o profissional que decidirá pelo uso de uma ou outra técnica. Entre as opções cabíveis, ele analisará aquela que melhor se encaixa a duas condicionantes: a condição geotécnica e a condição de ocupação de área em questão. Também devem ser considerados os fatores econômico, ambiental, construtivo, prazo, segurança e interferências na execução da obra. Com base nesses pontos, o Engenheiro definirá qual solução tende a ser mais adequada. 

Segundo Emerson, a Geotecnia é uma Engenharia com muitas incertezas — a ocorrência de alguma movimentação de terra ou surgimento de solos ou interferências que fuja do esperado já pode demandar ajustes no projeto. Por isso, é imprescindível que as intervenções sejam feitas sempre com acompanhamento de um profissional geotécnico em campo.

Vale lembrar que ao mudar a ocupação em torno do solo estabilizado, pode ser necessário modificar a solução aplicada. Segundo o especialista, a água é um dos fatores que impactam essa alteração. Imagine áreas que estão cheias de vegetação e recebem um empreendimento imobiliário que impermeabiliza toda a região. Se houver algum fluxo de água para cima do talude e esta água não for bem direcionada, pode se tornar um problema para o local. 

Qual técnica de estabilização é mais utilizada no Brasil?

Ao ser questionado se no Brasil há alguma opção usada com maior frequência, Emerson aponta que não, visto que a escolha depende muito da região. Em áreas de corte no estado de São Paulo, por exemplo, se usa muito a técnica de solo grampeado, ao passo que em Minas Gerais a cortina atirantada é mais frequente. Já no Rio de Janeiro, como existe um grande número de encostas rochosas, a malha talude com grampo tem grande adesão.

Em suma, o Brasil, que é um território continental e tem uma grande variação geotécnica, adota diferentes soluções de acordo com as particularidades das condições de solo de cada localidade.

Como você pôde perceber, as técnicas de estabilização de taludes são indispensáveis para casos em que há risco de erosão do solo. Para executá-las, é essencial contar com o auxílio de um profissional capacitado, que será responsável por avaliar a situação, elaborar um projeto consistente e escolher a solução mais adequada. Ah, e não se esqueça da importância de usar materiais de qualidade para efetividade da contenção!

E então, o que achou do artigo de hoje? Conseguiu compreender quais são as diferentes técnicas de estabilização? Aproveite para assinar a nossa newsletter e receber conteúdos exclusivos do segmento diretamente em seu e-mail!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    Últimos artigos