solo com diversas erosões
Belgo Arames
Publicado por: Belgo Arames
Controle de erosão e sedimentos no meio urbano: melhores práticas

Alterações drásticas nas características do solo afetam o meio ambiente e podem prejudicar tanto a segurança das pessoas quanto a execução de diversas atividades econômicas. Inclusive, um assunto que deve sempre estar em pauta para o combate desses efeitos é o controle de erosão.

Aqui, iniciamos a discussão sobre o tema com a ajuda do Gerente de Desenvolvimento da Belgo GeoTech, Gelmo Chiari Costa. Ele é Engenheiro Agrônomo e de Produção Civil e trouxe contribuições importantes para quem precisa lidar com os processos erosivos no meio urbano.

Se você também busca estratégias eficazes contra a degradação ambiental em meio urbano, continue conosco e aproveite as reflexões levantadas na entrevista. Vamos lá?

O que pode ocasionar erosão e sedimentação do solo?

Esses processos podem ter diversas causas, sendo a água o principal fator. Eles ocorrem quando um agente específico desgasta o solo e transporta diferentes materiais para outras regiões, onde acabam se depositando e modificando a superfície.

Gelmo destaca que o que diferencia as ocorrências nas cidades e áreas rurais são as condições de contorno e, consequentemente, os efeitos gerados:

“no meio urbano, tem-se maior impermeabilização dos terrenos pelo capeamento das vias de circulação e pelas edificações, de uma forma geral.”

Como resultado, ocorre menor infiltração e maior escoamento, o que acaba sobrecarregando a rede de drenagem urbana. Também é importante lembrar que, nas cidades, nem sempre os terrenos não edificados estão cobertos por uma vegetação capaz de proteger os solos e atenuar o processo erosivo.

Nessas condições, a dinâmica de um escoamento superficial mais intenso, combinada com ações antrópicas, como obras de terraplenagem ou movimentação de terra, trazem transtornos comumente revelados pelo transporte de pedregulhos e sedimentos sobre calçadas, vias de circulação e outras superfícies.

O controle de erosão, portanto, se faz necessário para evitar uma série de problemas, que vão desde a obstrução de canaletas e bueiros até o assoreamento de lagos e cursos d’água.

Quais são os tipos de erosão mais comuns no meio urbano?

“Nas cidades, a erosão hídrica é, sem dúvida, a mais comum e impactante”, confirma Gelmo.

Nesse caso, ela pode acontecer pelo impacto da chuva, pelo escoamento de águas ou pelo transporte de materiais do solo a partir de canais.

erosão hídrica demanda orçamento significativo para a manutenção, obras de prevenção e recuperação por conta dos impactos que gera a diversos terrenos, incluindo desde áreas planas até taludes naturais e artificiais.

“Em alguns caso, em decorrência de uma estiagem longa, assistimos nos noticiários de âmbito nacional ocorrências de erosão eólica”, completa Gelmo.

Esse processo consiste em vento carregando partículas finas do solo em elevada intensidade, causando transtornos por onde passa.

Por que é importante promover estratégias de controle de erosão?

Processos erosivos em meio urbano prejudicam a mobilidade e a condição de limpeza de diferentes áreas, sem contar que podem estar associados a deslizamentos geotécnicos e outros movimentos de massa. Os impactos são enormes por conta da alteração da estabilidade de estruturas e aumento da vulnerabilidade das ocupações em áreas de risco.

O entrevistado cita os Estados Unidos como exemplo para reforçar a importância de controlar a erosão e o transporte de sedimentos. No país,

“cada Estado possui uma rígida regulamentação e fiscalização quanto a todos os cuidados que os atores da construção civil necessitam tomar no decorrer do processo construtivo de um dado empreendimento, seja uma loja térrea de esquina, seja uma torre predial de múltiplos andares”.

Ele também aponta que, no país citado, é preciso a aprovação de um plano de controle de todo o terreno e da implantação da obra, no que tange aos seus impactos mediante às chuvas e ao manejo de resíduos da construção civil, incluindo o próprio concreto.

No plano, há designação do responsável e seus contatos em numa placa que fica exposta na frente da obra.

“Pressupõe-se a adoção das melhores práticas para que o processo erosivo seja controlado, e assim sendo, não ocorra transporte de sedimentos para as vias e rede de drenagem. As multas decorrentes de infrações e desrespeito a essa regulamentação são elevadíssimas”, completa.

Visto que qualquer desordem na ocupação do solo e nos processos construtivos interfere no controle de erosão e do transporte de sedimentos, é crucial contar com estratégias municipais e o comportamento responsável da população, de modo que a regulamentação urbana seja respeitada.

Gelmo traz a percepção de que a indústria da construção civil brasileira, influenciada pelo comportamento mais sustentável e por imposição da legislação municipal e ambiental, tem adotado práticas que minimizam os efeitos da erosão e sedimentação.

Ele toma como exemplo as construtoras que têm obras conduzidas sob certificações ambientais, como a Leadership in Energy and Environmental Design (LEED). Nesses casos, há um tratamento holístico do projeto e das etapas de execução, considerando todo o ciclo de vida do empreendimento e critérios como:

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  • a escolha do terreno;
  • a proteção do solo;
  • o manejo das águas pluviais;
  • o controle de sedimentos, resíduos e poluentes.

Quais são as boas práticas para evitar a erosão e a sedimentação?

Pensando em uma escala macro, Gelmo afirma que é fundamental respeitar as regulamentações urbanas:

”prefeituras de grandes centros urbanos possuem corpo técnico multidisciplinar e os códigos de obras são elaborados à luz de conhecimentos da geologia, dos parâmetros hidrológicos e geotécnicos, da urbanização, da ocupação, da mobilidade, da infraestrutura e do meio ambiente regional.”

As restrições e boas condutas descritas nesses documentos precisam ser seguidas e constantemente revisadas. Afinal, ações desrespeitosas e irresponsáveis promovem grande impacto para toda a sociedade. É preciso exigir projetos técnicos, praticar fiscalização severa e conscientizar diferentes grupos sobre a importância de denunciar possíveis transgressões.

Na escala micro, é possível mencionar várias ações para o controle de erosão e sedimentação:

  • manutenção da cobertura vegetal em solos não trabalhados;
  • hidro-semeaduras;
  • soluções para a estabilização de taludes;
  • uso de cobertura orgânica (biomantas, mush);
  • emprego de geossintéticos em solos desnudos sob trabalho de infraestrutura;
  • planejamento, redução e equilíbrio de corte e aterro durante obras de movimentação de terra;
  • emprego de barreiras para a redução do gradiente hidráulico;
  • emprego de cerca silte para a retenção de sedimentos;
  • construção de canais escoadouros revestidos ou vegetados;
  • proteção de entradas de ralos ou bueiros;
  • limpeza das rodas de veículos que estejam saindo de canteiros de obras.

Como o uso de gabiões pode ajudar na contenção do problema?

Gelmo conta que essas estruturas armadas são ótimas aliadas no controle de erosão e podem ser empregadas em diferentes projetos, como a construção de escadas dissipadoras da energia hidráulica e barramentos de águas em microbacias hidrográficas.

Os gabiões tipo colchão, por exemplo, são muito usados no revestimento de canais escoadouros, e os micro sacos podem ser adaptados para circundar ralos e bueiros durantes obras de terra, retendo sedimentos antes que sejam direcionados à rede subterrânea de drenagem pluvial.

“Telas de gabiões podem ser aplicadas em obras de solo grampeado vegetado. Nesses casos, a melhor alternativa é o uso destas telas de gabiões com biomantas, a fim de incorporar matéria orgânica ao substrato de sustentação da vegetação de proteção”, diz o entrevistado.

A principal vantagem de usar gabião para proteção de superfícies e encostas está no peso e na estabilidade desse tipo de estrutura. Gelmo fala que:

“elas são flexíveis frente às deformações do solo de apoio, de fácil construção (mesmo durante períodos chuvosos) e se integram com êxito à paisagem ou meio local, apresentando condições favoráveis para o estabelecimento de uma vegetação no entorno”.

Por que contar com as soluções da Belgo?

Ações de planejamento representam o melhor caminho para o controle de erosão e sedimentação. Ainda assim, como imprevistos fazem parte do cotidiano urbano, algumas ações corretivas podem ser necessárias para lidar com períodos críticos e remediar problemas emergenciais.

“Tanto no preventivo quanto no corretivo, a adoção de projetos inteligentes, soluções sustentáveis e obras seguras e duráveis são vetores que devem ser perseguidos por todos os atores. Assim, empresas de levantamentos, projetos, execução, fiscalização e fornecedores de materiais de qualidade são essenciais”, finaliza Gelmo.

Para quem pretende incluir o uso de gabião entre as estratégias, o gerente de desenvolvimento da Belgo GeoTech indica a linha completa fornecida pela empresa. Ela é composta pelas tipologias caixa, colchão, saco e telas para encostas.

Quanto aos diferenciais da marca, Gelmo evidencia principalmente a atuação da equipe de trabalho da Belgo GeoTech junto aos técnicos da área agropecuária. Esse trabalho tem seu foco na busca ávida por oportunidades de melhorias que favoreçam cada cliente.

Como você pode perceber, o controle de erosão passa pela atuação de diversos agentes e demanda ações específicas, sempre conduzidas por profissionais qualificados em suas áreas. Afinal, o objetivo deve estar na promoção de cenários adequados à vida coletiva e ao desenvolvimento urbano.

Quer saber mais sobre as soluções da Belgo GeoTech? Entre em contato com a nossa equipe!

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