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Publicado por: Belgo Arames
Conheça a funcionalidade de retenção, componente dos elementos de fortificação

Garantir a produtividade em obras subterrâneas pode ser um desafio e tanto para quem é responsável pelo projeto, concorda? Nesse sentido, compreender a funcionalidade da retençãocomponente dos elementos de fortificação, tende a ser algo bastante vantajoso.

Afinal, como ela funciona? Qual é a função desses elementos? Existem outras aplicações para eles? De quais formas eles se relacionam à investigação geotécnica?

Para encontrarmos respostas para essas e outras questões ligadas ao tema, conversamos com Daniel Rodrigues Jardim, que é especializado em Engenharia Geotécnica e Analista de Aplicação na Belgo Arames Arames — referência no mercado brasileiro de fabricação de arames há mais de 20 anos. Aproveite o conteúdo!

O que é um elemento de fortificação?

Os maciços rochosos se desenvolveram ao longo dos períodos geológicos de modo dinâmico, gerando estruturas e características particulares, como a presença de falhas, fraturas e descontinuidades em geral. Com a intervenção humana, em especial nos casos de execução das escavações subterrâneas, cria-se um novo estado de tensões no maciço ao longo do tempo e, eventualmente, pode ocorrer o desconfinamento dessas descontinuidades.

Daniel ainda explica que, por vezes, o atrito entre as rochas não é suficiente para manter o material preso no teto ou nas paredes da galeria e, como resultado, ocorrem desprendimentos de blocos de rocha, de diversos tamanhos, que sofrem naturalmente a queda por ação da gravidade. É por isso que se faz necessária a utilização de um mecanismo para trazer segurança à operação — seja de mineração, seja em obras lineares, como túneis e afins.

De acordo com o especialista, o elemento de fortificação voltado à retenção se solidariza aos elementos de reforço e suporte para melhorar a competência e a resistência de um maciço rochoso subterrâneo, aumentando a sua segurança. Essa característica apresenta grande benefício quando associada à sua principal finalidade que é promover a restrição da movimentação e com isso oferecer proteção contra a queda de fragmentos de rocha.

fortificação do tipo retenção atua criando uma barreira física entre o maciço rochoso e o interior da galeria, devendo ser aplicada em conjunto com reforços ou suportes. Esses últimos servem para fazer a contenção de materiais, caso se desloquem em relação à posição original dentro do maciço. 

O suporte ativo (reforço) é o que atua na contenção da deformação imediatamente após a execução, ao passo que o passivo (suporte) está atrelado à aplicação do elemento, embora não haja uma protensão — ele só começa a atuar depois que a deformação se iniciou.

Ambas as soluções melhoram a qualidade geomecânica do maciço, no entanto, com diferentes conceitos. Nos dois casos, o uso da cordoalha, ou barra helicoidal, visa aplicar tensão, isto é, forçar sobre a área, na galeria escavada, melhorando a condição geral de segurança.

Por isso que é tão importante simular as condições originais antes e após a abertura. Essa medida permite o dimensionamento do sistema de fortificação para prevenir um dos principais problemas que seriam ocasionados pela deformação ou pela convergência da galeria — a tendência a se fechar. 

A aplicação dos elementos de fortificação só é feita em obras subterrâneas?

Segundo Daniel, os elementos de fortificação de retenção comumente aplicados em obras subterrâneas podem ser adaptados para taludes nos projetos a céu aberto, partindo de conceitos similares ao comportamento do maciço. Quando um talude rochoso é escavado, o confinamento que nele existia sofre alteração, e o novo estado de tensões e interações pode gerar mecanismos de desplacamentos, tombamentos e desprendimentos.

Isso acontece, sobretudo, em processos com desmonte por explosivos, nos quais mecanismos adicionais como a fragmentação do maciço ocorrem fazendo com que a aplicação de elementos de reforço constituídos por material metálico, como por exemplo, fibras de aço para concreto projetado, telas ou malhas, sejam bem-vindas.

Vale ressaltar que a tela deve estar associada a um elemento de fortificação — um tirante, correspondente ativo, ou um grampo, correspondente passivo. Em ambos os casos, é fundamental que sejam aplicados com a tela para gerar o confinamento diante de possíveis desprendimentos. 

Questionado sobre a necessidade de sempre utilizar elementos de fortificação em obras subterrâneas, Daniel chama a atenção para referências que ajudam a pensar nessa questão. Afinal, a ciência da geomecânica vem ganhando contribuições significativas durante os últimos anos.

Para exemplificar esse ponto, ele cita o autor norueguês Nicholas Ryland Barton, que propõe, por meio de teorias empíricas, a avaliação da qualidade do maciço rochoso utilizando técnicas, como o RQD — índice que verifica o grau de fraturamento do maciço e a presença de descontinuidade, entre outras características relevantes.

A partir desse embasamento, é possível avaliar se é preciso aplicar um reforço ativo ou passivo, assim como a necessidade de utilização do próprio elemento de fortificação para retenção. Tudo é definido pela qualidade do maciço rochoso: há obras em que a qualidade é tão grande que não se faz necessária a aplicação de um elemento desse tipo. 

Por outro lado, o uso de tais elementos geralmente é recomendado nos maciços que têm um grande índice de fraturamento ou apresentam descontinuidades — cenários cotidianos no contexto de mineração e de obras civis —, a fim de trazer segurança tanto para a execução quanto para utilização da área escavada.

Quais são os benefícios gerados pelos elementos de fortificação?

Daniel comenta que a maior vantagem proporcionada pelos elementos de fortificação de maciços rochosos é a segurança da operação. Afinal, o mecanismo instabilizante de queda de blocos em áreas escavadas é combatido por esse sistema, garantindo que a galeria se mantenha aberta e bem conservada.

Dessa forma, o investimento necessário para executar a obra não é prejudicado, trazendo uma vida útil maior para o projeto — do ponto de vista econômico, é bem interessante ter um controle desse tempo e da qualidade como um todo. Portanto, obras que necessitam de vida útil longa exigem uma aplicação mais extensiva de elementos de fortificação para garantir a estabilidade, mantendo a obra útil durante o prazo previamente definido.

É imprescindível ter em mente que a aplicação não pode ser feita com base em operações similares. Do ponto de vista geológico-geotécnico, cada área é única e requer uma avaliação minuciosa. A experiência adquirida em outros projetos sempre é útil, mas uma área deve ser avaliada individualmente, por um profissional habilitado, para evitar qualquer tipo de transtorno e gerar o dimensionamento correto segundo as boas práticas da engenharia e as normas estabelecidas.

O uso de um material de qualidade como componente dos elementos de fortificação é fundamental para garantir a durabilidade do material, aumentando a vida útil do projeto. Nesse aspecto, os Painéis de Fortificação Eletrossoldados, as Malhas de Fortificação e as Malhas Talude, se apresentam como uma excelente opção para suprir as necessidades da obra.

Se você gostou do conteúdo, aproveite para seguir nossos perfis nas redes sociais! Estamos no LinkedIn, no Facebook, no YouTube e no Instagram.o tempo, a interação entre as descontinuidades pode acometer blocos de rocha de diversos tamanhos e provocar a queda por gravidade desse material.

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